''O primeiro amigo, a primeira garota, as últimas palavras.''
John Green me mostrou, mais uma vez, porque é meu autor favorito. ''Quem é você, Alasca?'' foi o primeiro livro dele a ser publicado aqui no Brasil e, por isso, algumas pessoas tendem a nem conhecer, mas vale a pena. Todo mundo que eu conheço tende a achar que os livros do John que vieram antes de ''A culpa é das estrelas'' não são tão bons quanto o sucesso de venda que foi ACDE, mas estão errados, e ''Quem é você, Alasca?'' está ai para provar isso.
Eu comecei o livro e minha reação foi mais ou menos assim: Nada demais, só mais um livro comum. Não tem nada de surpree...MEU DEUS, JOHN, TE AMO. À partir daí, não larguei mais o livro, e o li em mais ou menos 6 horas (sim, eu leio meio devagar para os padrões de alguns), e então eu comecei a ter uma epifania. Comecei a interligar todos os livros do John. Isso ocorreu, principalmente, porque teve um momento que o Miles, vulgo Gordo, diz: ''Ai, meu Deus! Alasca, eu te amo, eu te amo'' e o amigo dele diz: ''Sinto muito, Gordo. Sei que você a amava.'', e ele: ''Não. Não no pretérito''. Quem se lembrou de ''A culpa é das estrelas'', quando a Hazel diz pro Augustus: ''Eu te amo no Presente do Indicativo.''? Eu sim. E as semelhanças vão além disso, como em ''O teorema Katherine'', quando o Colin briga com o Hassan, temos uma discussão parecida em ''Quem é você, Alasca?''. Fora as semelhanças entre o Colin e o Augustus.O livro é maravilhoso, como os outros do John também são. A forma como ele soube, mais uma vez, captar a angústia de um adolescente perfeitamente, é impressionante. Mais uma vez, com aquela coisa do personagem ter alguma mania (Colin: Anagramas; Augustus: ressonâncias metafóricas; Miles: decorar últimas palavras), que torna o livro interessante. Mais uma vez, colocando humor em pequenas coisas que nos fazem ter ataques de risos que chegam a nos fazer ficar com dor na barriga. Mais uma vez sendo John Green, mais uma vez sendo perfeito.
A história me cativou de tal maneira, que até tive vontade de ir para um internato para ver se arrumo alguns amigos excelentes do mesmo jeito que o Miles conseguiu. Eu vivi dentro da mente do Miles. Sem dúvida, foi mais um dos personagens que criei uma amizade, e não uma paixonite. É muito legal a forma como ele vai perdendo a inocência que lhe restava, como ele vai descobrindo o amor, como ele lida com os primeiros amigos de verdade, e como ele se sente livre por estar morando fora de casa, e por isso, começa a sair um pouco da linha, sem exagerar (tudo bem, ele exagerou um pouquinho). Como ele consegue te fazer rir com as pequenas coisas. Como os amigos dele realmente são unidos. Tudo isso faz com que você chegue ao final do livro, quando ocorrem coisas não muito felizes, e o feche com um sorriso no rosto por eles terem conseguido o que queriam, a final de contas. Por tudo ter dado certo. Não como os contos de fada, onde existem ''felizes para sempre'', mas de uma forma que você pense ''Depois da tempestade em a bonança'', que, a vida é cheia de altos e baixos, que coisas ruins acontecem, e que quando essas coisas ruins acontecem, talvez você não devesse ficar correndo atrás delas sem ver mais nada a sua frente, porque se você olhar bem para a sua frente, ao invés de para trás, você ficará em paz consigo mesmo, e aceitará aquilo, de forma que não vai mais perseguir os fantasmas do passado.
Depois da minha filosofia sobre o final do livro, vamos ao enredo:
Miles Halter, sem amigos e fissurado por célebres últimas palavras, se cansou da sua vidinha e resolveu ir atrás do seu ''Grande Talvez'' (''Saio em busca do Grande Talvez'', últimas palavras do poeta François Rabelais) em um colégio interno. Muitas coisas o aguardam em Culver Creek, inclusive a linda Alasca Young. Ela é inteligente, espirituosa, problemática e incrivelmente sensual, e fará com que ele se depare com seu ''Grande Talvez''. No colégio ele faz seus primeiros amigos, entra em suas primeiras confusões, e sai da linha pela primeira vez. ''Quem é você, Alasca?'' narra de forma brilhante o impacto indelével que uma vida pode ter sobre outra.
Apesar da resenha enorme, ainda não sei se consegui me expressar direito. Mas, de qualquer forma, saibam que o livro é ótimo. Recomendado.
Love Always,
Bruna.
Nenhum comentário:
Postar um comentário